quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Dosando fantasia com pitadas de realidade

O quão real são suas campanhas de fantasia? Todos nós (ou pelo menos a maioria de nós) joga RPGs de fantasia em que a realidade, ou parte dela, é suplantada por elementos fantásticos. Muitas vezes boa parte do cenário é baseado na realidade, como um mundo de sociedade feudal, instituições religiosas baseadas nas que realmente existiram, armas e tecnologia típicas de idade medieval e outras coisas. Acontece que adicionamos a isso coisas fantásticas como feitiçaria, monstros, deuses, viagens interplanares e toda a sorte de coisas que nós já conhecemos.

Mas o quanto de realidade e fantasia faz uma mistura ideal? Bem, isso depende de cada um mas acho importante termos consciência das consequências dessa dosagem entre realidade e fantasia nas nossas mesas. A fantasia existe pelo contraste com a realidade. Tirando-se uma delas da equação a outra perde um pouco seu sentido.

Mas eu não quero dizer que cenários de fantasia onde as cidades ficam em outros planetas sobre domos protetores não sejam bons porque não tem nada de realidade ali. A realidade pode, ainda inspirar esses mundos. Como a sociedade funciona neles, as leis da física ainda se aplicam, o que a medicina e outras ciências podem alcançar e tudo mais.

Sendo assim, é interessante a leitura e o conhecimento sobre história de culturas antigas, sobre o funcionamento das leis e justiça nas sociedades medievais, a hierarquia e o papel das diversas classes naquela época, o nível de conhecimento que era comum as pessoas terem, a raridade dos livros, o comércio quase inteiramente por trocas e outras coisas. Dessa forma, o mestre pode inserir esses elementos no jogo para torná-lo mais verossímil e imersivo.

E quanto àquelas coisas que vemos em filmes? Funciona no seu mundo de jogo? Uma pessoa pode pegar uma camisa molhada, passar por duas barras de ferro e entortá-la apertando o nó entre elas? Isso vai depender do gênero de histórias do seu jogo. Muitos dos clichês de filmes tornam o jogo mais heróico e divertido, deixando os personagens mais capazes e mais especiais, já que as leis da realidade ficam um pouco distorcidas mas tudo há um limite (especialmente se estamos falando das coisas que acontecem na trilogia do Hobbit em que as leis da física são esquecidas completamente).

Mas e se você, como eu, assiste muito MythBusters e descobre muito claramente que essas coisas são um tanto absurdas? Algumas delas eu tento esquecer e relevar. Afinal, uma das partes mais divertidas do jogo é ver os jogadores tendo ideias de como lidar com os problemas que possuem, por mais absurdas que elas sejam. Só que tem outras que eu não consigo engolir mesmo.

Uma coisa legal que acontece quando usamos referências reais nos nossos jogos de fantasia são as expectativas criadas com base nas referências. Ao ver algo reconhecidamente do "mundo real", mesmo que seus personagens não conheçam aquilo no jogo, os jogadores terão uma ideia do papel dele no mundo e o que podem conseguir tirar daquilo. Eu acho isso válido e acho isso legal (talvez porque goste do lance de desafiar mais os jogadores do que os personagens em si).

Mas e quanto a vocês? O quanto gostam de dosar a fantasia e a realidade nos seus jogos? Conseguem ignorar alguns fatos reais em favor da fantasia? Onde colocam a linha limite?

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